Vamos começar?

Vamos!

Estou bonito?

Está sim. Vamos lá. 1 2 3, já. Boa noite! Estamos começando mais um DF TV 2 º edição. Há 90 dias que não chove em Brasília. E para explicar esse fenômeno convidamos São Pedro para vir ao nosso estúdio. Boa noite São Pedro? Boa noite! São Pedro, a pergunta que todos os brasilienses querem saber é: Quando vai chover?

Olha, eu sei que eu sou o responsável por isso, mas não depende só de mim, eu obedeço a ordens superiores.

E a umidade não tem como aumentar?

Os brasilienses já estão acostumados, todo agosto é sempre a mesma coisa. Árvores secas que desenham a paisagem são cercadas pelas flores caídas dos ipês e formam uma paisagem que agrada e incomoda ao mesmo tempo. O ar seco sufoca, mas o fôlego brasiliense é mais forte.

Você fala como se a seca fosse boa?

Não que ela seja boa, mas ruim também não é.

Como assim? Você pode ser mais objetivo?

Eu não, essa coisa de objetividade é pra vocês jornalistas insensíveis. O meu negócio é outro.

Não sou eu quem está deixando as pessoas sofrerem a umidade de 15%.

Repete o que você disse? Eu? Não disse nada. Vamos voltar às perguntas.

O que você quer saber?

Quando vai chover em Brasília?

Eu já disse que não sei, não depende só de mim.

Mas esse é o seu trabalho não é?

É, mas não depende….

Então faça!

Peraí, o seu trabalho é ser imparcial, não é?

É.

Então faça!

São Pedro, São Pedro! Tenho notícias de última hora que dizem que está chovendo em Sobradinho.

Ai meu Deus ! Sabia que não devia ter deixar o estagiário sozinho.

Segundo dados da Unesco, a 3º causa de morte de brasileiros é provocada por armas

 

Nas dunas de Cabo Frio, Miguel Souza, empresário residente em Brasília, foi vítima de um assalto a mão armada. Souza, que viajava de férias com sua namorada, teve o carro roubado durante um passeio no final da tarde.  Apesar de possuir uma arma de fogo ele não teve como se defender, pois ela fica guardada em sua casa. “Uma reação a uma pessoa armada é super perigoso”, afirmou Souza. A questão das armas é de repercussão nacional. O direito a legítima defesa foi votado no referendo de 2005. E agora o que se discute é o recadastramento. “Não basta ter uma arma, tem que saber usar”, completou Souza.

A lei 10.826, redigida em 22 de dezembro 2003, dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição. Logo após, em 2004, o Estatuto do Desarmamento foi aprovado. Em um ato legislativo, o governo tomou a decisão de proibir a comercialização de armas de fogo em todo o território nacional, salvo para algumas entidades. A medida precisava da ratificação de um referendo para entrar em vigor. No dia 23 de outubro de 2005, a consulta popular foi feita. Sessenta e cinco milhões de brasileiros decidiram que o direito de ter uma arma devia permanecer. As pessoas que compraram armas antes do ano de 2004 devem recadastrar suas armas, pois com o Estatuto do Desarmamento elas perderam o registro.

O recadastramento é essencial para a Polícia Federal (PF) identificar as principais vias de desvios de armas que acontecem dentro do Brasil, dificultando assim o acesso de criminoso às armas de fogo. Permite também a identificação das armas roubadas e crimes cometidos com essas armas, caso o dono tenha feito um boletim de ocorrência do roubo. O recadastramento é obrigatório. As armas que não forem devidamente recadastradas se tornarão ilegais. De acordo com o Estatuto do Desarmamento, os proprietários que não recadastrarem suas armas de fogo poderão ser punidos. A pena do porte ilegal de armas é de até três anos de prisão.

O Certificado de Registro de Arma de Fogo é expedido pela PF com prévia autorização do SINARM (Sistema Nacional de Armas) e deverá ser renovado a cada cinco anos (antes era de três em três anos). A lei assegura o direito à indenização na devolução da arma, pagando a quem entregá-la uma quantia que varia de R$ 100 a R$ 300. Os moradores de umas das favelas do Rio de Janeiro se depararam com a seguinte frase na entrada do morro: “Não seja bobo, o morro paga em dobro”.

Conforme a PF, até o dia 31 de dezembro de 2008, 400 mil armas foram recadastradas no Brasil. O prazo de recadastramento foi estendido até o dia 31 de dezembro de 2009. Em benefício às pessoas de baixa renda, o governo isentou o pagamento da taxa de cadastramento. “A taxa era abusiva. O sitiante que precisa da arma para sua defesa contra animais selvagens não tinha condições de pagar, ficava então na ilegalidade”, afirmou Ana Monteiro, jornalista do Movimento Viva Brasil.

Segundo a ONG Viva Rio, estima-se que 17 milhões de armas estariam em circulação no Brasil. Dessas armas 49% são legalizadas, ou seja, registradas.  O recadastramento de armas de fogo é um instrumento de suma importância para a PF. Dessa forma a PF poderá ter o controle de todas as armas que circulam no Brasil, tanto com civis como com policiais, magistrados e empresas de segurança. “Você tem um conhecimento do arsenal de armas do Brasil e os locais que elas são distribuídas”, disse o delegado da PF, Daniel Sampaio.

De acordo com a Rede Desarma Brasil, os primeiros movimentos pró-desarmamento no país surgiram em 1997, e nessa mesma época, 80% dos crimes eram cometidos com armas de fogo.  Conforme dados da ONG Viva Rio, a nova lei já salvou mais de 5.000 mil vidas nos últimos 5 anos. A campanha do desarmamento, em 2005, foi fundamental para convencer os brasileiros a entregar voluntariamente meio milhão de armas.

 O estudo realizado pelo IBOPE Opinião /2006 para a ONG Viva Brasil aponta que a maioria dos brasileiros não sabia que os proprietários de armas de fogo deveriam renovar seu registro até 22 de dezembro de 2006. A pesquisa mostra, também, que 51%  dos brasileiros acredita que o governo não divulgou bem a lei para os proprietários não renovarem os registros e se tornarem ilegais.

Um estudo da Unesco (Organização da Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) revela que 21,72 óbitos em cada grupo de 100 mil habitantes é a taxa de mortalidade por arma de fogo no país. Essa taxa ,comparada com a de outros países, é alta. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o 2º no ranking de mortes por armas de fogo perdendo apenas para a Venezuela.

 De acordo com o estudo “Mortes Matadas por Armas de Fogo no Brasil 1979-2003”, realizado pela Unesco, na última década morreram 325.551 brasileiros. Um policial civil, que não quis se identificar, disse que o cidadão que porta uma arma de fogo ,muitas vezes, diminui seu grau de tolerância e acaba matando por motivos considerados banais.

Para Cátia Vasconcelos, assessora parlamentar da ANIAM (Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições), não é preciso que o cidadão tenha uma arma de fogo quando se quer cometer um crime. Segundo a ANIAM, cerca de 14 milhões de brasileiros possuem armas de fogo adquiridas legalmente. No Brasil, 3 mil lojas que comercializam armas de fogo e munições participam da campanha do recadastramento de armas. Em um convênio entre a ANIAM e a PF, um formulário eletrônico para registro também está disponível no site da associação.

A expressão “bancada da bala” apareceu em meados do ano 2000, inspirada pela “bancada da bola” que colocou em evidência a estreita relação entre parlamentares e interesses privados. A “bancada da bala” é um grupo de parlamentares contrário ao desarmamento. Deputados como: Pompeo de Matos (PDT-RS) e Alberto Fraga (PFL-DF) são deputados eleitos com contribuições financeiras ,dentre elas, a da indústria de armas.

O projeto de lei nº 705, de 1999, proíbe a inserção de propagandas de armas de fogo na mídia escrita e televisiva e dá outras providências. Natália Bichuete, 18 anos, foi eleita Miss Tocantins 2009. Logo após o concurso realizado no estado, a vencedora ,que participa do clube do tiro, declarou a revista Veja que seu hobby é caçar e pescar. Na semana seguinte, Bichuete foi convidada para ser a” Musa do Recadastramento”. Em Brasília, a Miss Tocantins conheceu o Congresso Nacional e visitou gabinetes de vários parlamentares. “Acho importante que todos possam ter uma arma. É para segurança. Imagine se o ladrão tem a certeza que ninguém tem arma em casa”, disse Bichuete.

O delegado da Polícia Federal, Daniel Sampaio, falou que só podemos verificar e controlar a incidência de arma clandestina no país com a eficiência do trabalho da polícia ao longo da fronteira.

Segundo o Departamento de Homicídios da Polícia Civil de São Paulo, em 97,2% dos assassinatos desvendados pela polícia em 2000, o criminoso conhecia a vítima. Conforme números da Datasus, 63,9% dos homicídios cometidos no Brasil são praticados com arma de fogo. Uma pesquisa da Secretaria Estadual de Segurança Pública revela que 72% das armas usadas em crimes entre 1999 e 2005 no Rio de Janeiro pertenciam a cidadãos de bem. Essas armas migraram da legalidade para a ilegalidade.

            Ao observar os sites de ONGs que apóiam o desarmamento percebe-se a convicção de que, dificultando a compra e o porte de armas, você reduz os crimes passionais. Por outro lado, os sites pró-armamento dizem que a proibição de possuir uma arma de fogo restringe a liberdade do cidadão.

            Histórias trágicas de pessoas que compraram armas para se defender e acabaram virando vítimas foram, muitas vezes, divulgadas na mídia. O manejo adequado da arma é essencial para evitar acidentes. A polícia orienta o cidadão a não andar armado e não reagir em casos de assaltos.

            Na Suíça, como não existe formação de exército no país, cada cidadão possui uma arma longa e uma curta em casa. Mesmo assim, podemos verificar que o índice de morte por arma de fogo é muito baixo.  Segundo um ranking da Unesco, realizado em 2002, foram 34 mortes por arma em cada cem mil habitantes na Venezuela. O país lidera a lista.

            De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas) e da ONG Viva Brasil, observa-se que nos Estados Unidos da América (EUA) , onde a venda de armas é liberada, as taxas de homicídios são maiores do que em países como Japão e Inglaterra, onde a venda é proibida.

            Na Câmara dos Deputados estão sendo analisados 20 projetos de lei ampliando o rol das categorias que tem direito de portar uma arma de fogo. Esses projetos podem alterar o Estatuto do Desarmamento. Atualmente, o porte de armas é permitido apenas para policiais, entidades esportivas que disputam competições de tiro, empresas de segurança e Forças Armadas.

            Segundo uma pesquisa realizada pela ONG Viva Brasil, a eficácia do desarmamento é duvidosa. Nos EUA, 52% das residências possuem arma de fogo e o índice de homicídios é 6% por 100 mil habitantes. No Brasil, apenas 3,5% das casas brasileiras possuem armas e o mesmo índice de homicídios é de 27%. “Todos os governantes totalitários do mundo, quando querem dominar uma nação ,o primeiro ato é desarmar os cidadãos”, afirmou a assessora parlamentar da ANIAM.

            ONGs como o Instituto Sou da Paz implementam projetos sociais em regiões afetadas pela violência e ajudam na diminuição da criminalidade.”É preciso resolver o problema da segurança como um todo, um problema que tem muitas causas, principalmente sociais”, disse Renan Calheiros em uma entrevista concedida a revista Caros Amigos (outubro de 2005).

Deputado Sandro Mabel, Michel Temer, Natália Bichuete  e Slaésio Nuhs

Deputado Sandro Mabel,presidente da Câmara dos Deputados Michel Temer, Natália Bichuete e Salésio Nuhs(ANIAM)

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Sentada na janela eu escuto

A voz da esperança canta

Será que os meus sonhos serão realizados

Concomitantemente penso na juventude de meu ser

Tantos planejamentos e recuos

Tantas promessas inacabadas

Me perco em lugares inusitados

Minha disciplina me apunhala

E num instante eu acordo

O profundo maginário é tomado pela realidade

Olho ao redor, o algoz movimento me atormenta

Um simples barulho me prende a atenção

Tento alguns pensamentos sórdidos

Mas minha alma esta tomada pela escuridão tensa

Esse misto de sentimentos é absurdo

Meu silêncio me incomoda

E hoje , penso no amanhã

Me pego a fazer trajetos novamente

Pareço irracional,imprecisa

Tudo é desculpa para sentir algo

Tento ouvir a música que me acalenta

E assim calo a minha garganta com água

O tédio vira doce

Sinto o gosto da felicidade

Mas o sabor vai sendo esquecido

A receita ainda está sendo feita

Mas o tédio continua

Depois de viajar e conhecer lugares bons e ruins ,eu finalmente voltei as minhas atividades normais. E quero deixar uma coisa bem clara, o meu blog não é apenas um projeto escolar, exigido pelo meu professor, tentarei escrever o quanto eu posso , porque escrever e ler são as minhas paixões.

Nessas férias eu tive a oportunidade de conhecer algumas cidades do Piauí e São Luís no Maranhão. Tirando o calor escaldante, Teresina é uma cidade no mínimo interessante, mas nada se compara aos Lençóis Maranheses. Sempre achei que era muita propaganda pra pouca coisa .Mas a sensação que aquele lugar me trasmitiu foi indiscritível. Voltei pra Brasília renovada e aprendendo a apreciar os milagres da natureza.

Os reflexos do ano de 1968 se transpõem na cultura contemporânea. Este ano foi um marco nas revoluções sociais e culturais no Brasil que se disseminaram pelo mundo todo. O espírito revolucionário e contestador fizeram surgir uma onda de movimentos artísticos, como o Tropicalismo e o Teatro Oficina que criticavam uma sociedade conservadora e a opressão imposta pelo regime militar. Neste contexto político-cultural, o ano de 1968 se torna um divisor de águas para o cinema brasileiro. Com o AI-5, a segunda fase do Cinema Novo deixa espaço para a terceira fase deste movimento que ganha uma maior individualidade.

O Cinema Novo surge na década de 60 com uma proposta de ser a vitrine da realidade. Seus precursores como, Glauber Rocha queriam fazer filmes anti-industriais. O movimento propunha filmes mais comprometidos com a realidade do seu tempo e procuravam mostrar a nova problemática do homem brasileiro. Eram contra o artificialismo e abordavam a política de forma a discutir os problemas sociais.

A sua temática inicial abordava basicamente a vida rural e a pobreza do nordestino, exemplificado nos filmes “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, ”O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte, e “Vidas Secas”, de Nelson Pereira.

O novo não significa dizer que é perfeito. A imaturidade dos cineastas que faziam um cinema sem experiência e sem técnica, teve como resultado um fracasso parcial em relação ao público. As pessoas estavam acostumadas a um cinema norte-americano de linguagem fácil. Sendo assim, a comunicação se torna problemática. A dialética em forma de protestos às hipocrisias morais não são bem compreendidas.

Esse monólogo passa a ser questionado pelos próprios cineastas. Essa etapa é alcançada pela segunda fase do Cinema Novo. Os filmes feitos de intelectuais para intelectuais entram em decadência. O contexto político e econômico traz uma reestruturação do Cinema Novo.

O Golpe de 64 transforma o engajamento político em tema central das produções. Porém, devido à censura, essa crítica aos equívocos do governo militar tinham que ser disfarçadas, como mostra o filme “O Bravo Guerreiro”, de Gustavo Dahl e “ O dragão da maldade contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha,ambos produzidos em 1968.

O Cinema Novo se adapta para atender às imposições do mercado. Mas não deixa de ter o seu caráter revolucionário na luta política e ideológica. Nesta fase o “cinema de autor” predomina a fim de confrontar as bases conservadoras. Assim como o ano de 1968 essa fase é considerada heróica no cinema brasileiro, onde a “estética da fome” era utilizada para polemizar.

O surgimento de estéticas cinematográficas como a Nouvelle- Vague empolgou jovens estudantes, críticos e intelectuais. E assim definiu os caminhos do cinema brasileiro. O Cinema Novo trouxe uma revolução na linguagem que atendia as necessidades de uma geração sedenta de mudanças.

O Cinema Novo influenciou e foi influenciado. O Tropicalismo e a descoberta antropofágica foram revelações que levaram a uma mudança de consciência e provocaram uma atitude contra a cultura colonial, mostrada através das telas. Em meio a esse clima revolucionário aparece a terceira fase do Cinema Novo. Em “Macunaíma’ de Joaquim Pedro de Andrade, é desenvolvida uma narrativa mais popular e ligada à comédia. Entretanto não deixa de lado o seu comprometimento político e aborda o assunto com um olhar crítico e lúcido. A última cena do filme, onde o casaco de Macunaíma, que mais parece uma farda, é engolido por sangue, ficará marcado no imaginário do público.

A busca de uma infiltração no inconsciente coletivo é feita nos filmes através de uma estética-política. São usados também elementos típicos da cultura brasileira a fim de alcançar o público. Desse modo o cinema é utilizado criticamente como caminho para a revolução.

Este momento se diferencia da euforia revolucionária na segunda fase. O Cinema Novo procura nessa terceira fase uma reflexão dos fatos sociais, pois já conquistou algumas etapas e assume uma maior maturidade.

O cinema brasileiro no ano de 1968 é marcado também pelo surgimento do Cinema Marginal. Esse movimento era a favor da antiestética e abordava o público de forma mais direta. Ao contrário do Cinema Novo, os marginais idolatravam a estética norte-americana e eram fãs de cineastas como Alfred Hitchcock. “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, lançado em 1968, se transforma em um marco do Cinema Marginal.

A terceira fase do Cinema Novo tem sua ascensão em 1968. Mas é interrompida pela repressão política, o que obrigou vários cineastas a ir para o exterior. È assim que o movimento cinemanovista se extingue, mas deixa suas marcas na cultura brasileira. O Cinema Novo representou nas telas de cinema a utopia de uma geração inteira que sonhava em mudar o mundo.

Tood Gitlín observou e  participou ativamente do movimento de 1968. Ele foi presidente da Students Democraty society (SDS) e hoje é sociólogo e professor  de jornalismo na faculdade Columbia, em Nova York.Em entrevista a Lucas Mendes, Gitlín fala das consequências e acontecimentos de 1968. Compara a sociedade que lutava contra a Guerra do Vietnã e a que não liga para um conflito que acontece no Oriente Médio. Ele revive o passado e vislumbra o rumo que os Estados Unidos vêm tomando. Para o professor, 1968 foi um transformador cultural que jamais será esquecido.

A década de 60 foi suprimida pelo ano de 68. Ao ser perguntado sobre o que realmente levou aquele ano ser tão lembrado no mundo todo, o professor responde que acontecimentos como a morte de Matil Luther King e Robert F. Kennedy,confrontos em Chicago e a Guerra do Vietnã desencadearam u sentimento de democracia nos partidos.

Quando perguntado o que realmente teria acontecido,responde que havia uma luta entre a esquerda e direita. entretanto,,hoje, nos Estados Unidos, não existe uma esquerda. A posições políticas eram confusas. Os jovens queriam mudanças. Mas não sabiam o que queriam. O consenso comum era daquilo que rejeitavam. O confronto em Chicago prova a desarticulação política dos revolucionários. Eles queriam uma revolução política. Mas conseguiram um arevolução social. Gitlín diz ainda que a Guerra do Vietnã impediu o país de seguir menos conflituoso.

O espírito de 68 contagiou várias partes do mundo. O Brasil lutava contra uma ditadura, a China queria uma revolução cultural, já os franceses lutavam por uma rede de ensino menos rígida. E surge a pergunta:como o mundo interagiu diante das semelhanças catastróficas de seus continentes?O professor afirma que todos pensam que havia uma ligação. Mas só existia uma conexão superficial. Havia mais divergências do que concordâncias,ressalta na entrevista.

Às vezes não assistimos ao jogo de futebol, mas sempre queremos saber o resultado. Em 68 acontece o memso, quem venceu a guerra? O sociólogo acredita, que apesar de Nixon ter chegado à Presidência , os conservadores, conseguiram a vitoria a curto prazo. Mas a mais duradoura conquista ficou com a sociedade, que respeita os homessexuais, reconhece a mulher com a mesma capacidade de um homem e trata negros e brancos de forma igualitária.

As pessoas têm o desejo recorrente de libertação. Aconteceu com Kennedy em 1968 e acontece hoje com  Barack Obama. Gitlin diz que Kenedy tinha um carisma contagiante e representava a esperança de mudança assim como Obama. Outra semelhança de ambos é a posição quanto à guerra. O fim da Guerra no Iraque  é uma das propostas de Obama. Kennedy prometia acabar com a Guerra do Vietnã. Entretanto Kennedy tinha mais experiências e vários aliados.

Gitlin afirma que há muitas diferenças entre 1968 e hoje. ele lembra que está acontecendo uma guerra , na qual os Estados Unidos são um dos protagonistas. Mas a população americana não discute a questão. È como se não estivesse acontecendo nada. Em 1968, as pessoas foram as ruas protestar e presionar o governo para o fim da guerracom o Vietnã.

Acerca da atualidade, o jornalista pergunta:” O presidente Bush será esquecido ou perdoado?” O professor explica que o país está passando por uma fase ruim. O próximo presidente herdará uma catástrofe. Entretanto, Bush naõ tem motivos para ser perdoado. Ele perdeu o rumo do prestígio e reconhecimento que os EUA possuíam. “Os EUA não são mais a potência econômica mundial que eram”, afirma. A recuperação não será fácil. 

 

A sociedade de 1938 vivia um momento peculiar na história mundial. A ameaça de uma guerra iminente assustava as pessoas. A população americana contava com o rádio para se manter informada.

È nesse contexto que o jovem de apenas 23 anos Orson Welles resolve demonstrar de forma prática o controle que os meios de comunicação têm sobre a população.

No dia 30 de Outubro de 1938, véspera de Halloween.Welles,radialista da CBS, anunciou que iria reproduzir uma encenação do livro “Guerra dos Mundos”, de H.G Wells. A CBS, uma rádio localizada na cidade de Nova York, começou a transmitir a encenação feita pelo Teatro Mecury.

No começo do programa, Orson Welles avisou que o programa era baseado numa ficção, informação que não foi repetida ao longo do programa. A trama era baseada em uma guerra entre a Terra e seres de outro planeta.

O programa trouxe, inicialmente, entrevista com um cientista que falava a respeito de explosões no planeta Marte. A entrevista interrompia várias vezes a programação musical, que fazia o ouvinte a realmente acreditar na história. O programa teve duração total de uma hora. E, nesse tempo, além da entrevista são transmitidos boletins urgentes que levaram o ouvinte a uma fazenda onde 40 pessoas morrem e sete mil soldados foram desintegrados pelos supostos alienígenas. Tudo era acompanhado pela sonoplastia e todos os recursos da época foram utilizados, além dos atores contratados.

De seis milhões de ouvintes 1,2 milhão acreditaram plenamente na história. Várias pessoas ligaram para a rádio desesperadas. Outras tentaram sair da cidade, causando tumulto no trânsito. Houve quem saiu para as ruas portando armas a procura de alienígenas para exterminá-los.

Orson Welles provou o alcance da mídia. E em meio a esse caos tornou-se uma celebridade na época. Ainda hoje é objeto de estudo de vários pesquisadores. Ele provou de forma incontestável como a mídia pode alienar uma pessoa. A explicação para esse acontecimento se deu de várias formas. Estudiosos dizem que o fato de que muitas pessoas ligaram o rádio no meio do programa contribuiu para o engano. Mas outra resposta igualmente coerente está na suposição da que essas pessoas foram facilmente manipuladas.

amistoso une esporte com politica

“Fio maravilha. Nós gostamos de você. Fio maravilha. Faz mais um pra gente ver”. A música “Fio Maravilha”, de Jorge Bem Jor, virou um dos sucessos do cantor e revela um dos ópios do brasileiro. Outro é o carnaval. É absurdo como as pessoas esquecem os problemas e se distraem facilmente com o futebol. O fato é certo e bem conhecido por políticos que gastam dinheiro desnecessário na busca de simpatia e voto.

No dia 19 de novembro foi realizado o amistoso entre Portugal e Brasil. A vitória surpreendeu os brasileiros. Mas o que chamou mais atenção foram os 56 milhões gastos para a reforma do “Bezerrão”. O estádio se localiza na cidade do Gama e vai servir para o treino das seleções na copa. O mais intrigante, foi esse gasto descontrolado em um estádio que não vai sediar nenhum jogo tão importante assim.

Os torcedores entraram para ver o jogo e se deparam com um estádio moderno. O placar animou ainda mais. Mas o que não se pode esquecer é que Brasília tem outras necessidades. A educação e a saúde da capital federal são precárias. Assim pessoas de baixa renda que migraram em busca de uma condição de vida melhor encontraram uma cidade que faz imensas construções e sedia amistosos. Mas que não supre a necessidade básica do cidadão.

Os ingressos foram vendidos a preços exorbitantes. O mais barato custava R$ 180,00. Foram dados 500 ingressos para os operários da obra e dois mil foram sorteados entre a população de baixa renda. Cinco mil entradas foram distribuídas para políticos e autoridades. A desproporcionalidade é evidente. Não há motivos convincentes para dar ingressos para quem pode pagar por esse valor tão alto. Há sim uma troca de favores e uma relação de querer agradar e conquistar aliados para a eleição que se aproxima.

As intenções do governador do Distrito Federal, em relação a esse episódio, colocam em dúvida a moral do governo. Assim como o Brasil, Brasília precisa de mais do que gols para se desenvolver economicamente, politicamente e socialmente.

A jornada do herói está em todo lugar, basta procurar. Toda boa história precisa de um herói, porque é através dos olhos dele que a história é mostrada. As etapas do herói fundamentadas por   Christopher Vogler são essenciais para estruturar uma história. Por isso está presente em filmes, livros e seriados.

O desenvolvimento dos personagens é fundamental em toda história. Vogler estrutura arquétipos que exercem eficiência. Entretanto observamos uma quebra de paradigma. E é essa inovação que torna a série mais interessante e intrigante.

No seriado “Dexter”, o herói é um assassino. Mas não um matador qualquer. Ele tem um certo código de ética, pois só mata outros “seriais killers”. E de alguma forma o público acaba se identificando com este herói diferente.

Os episódios são narrados por Dexter que protagoniza e dá o nome á série. E é essa narração que aproxima a platéia do herói. A primeira cena causa impacto, pois mostra Dexter matando Mike Donovan, um assassino de crianças. Mas ao mesmo tempo em que choca transmite um sentimento de vigança. Apesar de ser um anti-herói. Ele conquista o público, pois faz o que muita gente queria fazer “justiça com as próprias mãos’.

Neste seriado o herói é mostrado no seu mundo comum. Depois acontece a recusa ao chamado, que no caso é a necessidade de matar. Neste ponto acontece o encontro com o mentor, que é identificado na figura do pai. Por de tratar de um seriado, todo episódio o herói passa por testes. Os aliados fazem parte da jornada do herói e nesse caso são identificados na forma da irmã.

Em “Life on Mars” o herói é um policial. Ele está no meio de uma investigação, quando sua namorada é seqüestrada pelo seu suspeito. Ele sai numa busca desesperada para salva-la. Entretanto a tentativa é frustrada. Então ele é atropelado e transportado para a década de 70. Dessa forma ele não busca a aventura como Dexter que investiga e procura suas vítimas. Mas a aventura o procura.

Ele fica perdido e se recusa a aventurar-se naquele meio desconhecido, pensando que tudo aquilo é um sonho. Ele vê o chamado à aventura e acaba vencendo um dos desafios, ou seja, atravessando o primeiro limiar. Entretanto ele ainda não aceitou definitivamente a sua condição e tenta se matar na busca de voltar ao se mundo. Sua aliada o salva. Mas a aventura continua.

Essas duas séries conquistam pelo mistério e pela boa estruturação. Apesar de seguir os pontos básicos das etapas do herói, elas não constituem um modelo engessado e nem clichês holliwoodianos. Pelo contrário, agradam pela inovação.

O jornalista tem papel fundamental na sociedade. Ele mantém a população informada de assuntos diversos. A ética jornalística não pode ser burlada para alcançar mais audiência ou ganhar “status”. A notícia tem seus artifícios e poderes. Sendo assim, responsabilidade jornalística deve ser compreendida como tema cotidiano e de grande importância.

O jornalismo é cheio de incertezas morais. Mas a ética jornalística é fator determinante para julgar se a notícia deve ou não ser publicada. Geralmente, ninguém quer ser exposto publicamente por aspectos que, do ponto de vista da moralidade vigente, são condenáveis. Entretanto, publicar uma informação que pode prejudicar alguém em função de um bem maior, faz parte da vida de um repórter.

O filme “Shattered Glass’, no Brasil intitulado “O preço de uma verdade”, mostra a história de um jornalista mentiroso.Stephen glass era um repórter promissor. Mas tinha um problema. Ele inventava e romantizava suas matérias. Glass trabalhava em uma conceituada, apesar de pequena,revista. A New Republic escrevia para um grupo importante de pessoas.

Glass foi desmascarado por uma revista on-line, a Forbes Digital. E a New Republic teve que se retratar com seus leitores. A credibilidade da revista foi diretamente afetada. A população quer notícias interessantes, mas não ficcionais. Mentir ou plagiar pode ter conseqüências irreparáveis.

Em 30 de Outubro de 1938, Orson Welles provou o alcance da mídia. Welles um radialista de 23 anos da CBS (Columbia Broadcast System) encenou “Guerras dos mundos”, de H.G Wells. A rádio se localizava na cidade de Nova York. O aviso de que o programa era baseado numa ficção foi dado apenas no início da representação. O que levou 1,2 milhão de pessoas a acreditarem que a Terra estava sendo invadida por seres de outro planeta.

Wells provocou uma espécie de histeria coletiva. As pessoas  que acreditaram na  encenação sobrecarregaram as linhas telefônicas, juntaram-se nas ruas e provocaram congestionamentos. A falta de senso crítico e a desinformação de setores da sociedade com baixa escolaridade ocasionaram reações. No século 20 observa-se uma sociedade consumista. Wells demonstrou o poder de manipulação da mídia sobre essa parcela da população.

O jornalista possui poderes. Mas com poderes vêm às responsabilidades. A obstrução ou manipulação da notícia fere a ética jornalística. A informação que é de interesse público deve ser publicada independentemente do seu efeito.

No século 19 o jornalismo tinha caráter crítico. O jornal era sustentado por assinantes e colaboradores. Hoje a imprensa é sustentada por anúncios publicitários. Muitos desses anunciantes interferem na notícia. A preocupação para não ocorrer uma distorção da informação é responsabilidade do jornalista.

As pessoas devem entender que um veículo de informação não detém a verdade absoluta. Entretanto, um jornalista ético faz o possível para transmitir a informação de maneira correta, concisa e clara.

O jornal tem o seu valor social. Sendo assim, a preocupação em atender as necessidades da população deve ser preservada. Logo,  tanto um jornalista do século 19 quanto do século 20 possuem um compromisso com a ética. A responsabilidade, portanto, é grande, pois jornalistas são formadores de opinião.